domingo, 4 de setembro de 2016

ARQUIDIOCESE DE NATAL
PARÓQUIA DE SÃO PEDRO APOSTOLO
PASTORAL DA LITURGIA
MINISTÉRIO DE LEITORES

O QUE É A BÍBLIA?
Bíblia é a sagrada escritura, o conjunto de livros do Antigo e do Novo Testamento, que contém as doutrinas que orientam o comportamento dos cristãos. Do grego "biblion", que significa "livro".  A palavra Testamento (em hebraico "berith") significa aliança, contrato, pacto.

A Bíblia judaica é chamada de Velho Testamento pelos cristãos. A primeira Bíblia conhecida pelos cristãos foi a judaica, na qual vêm a profecia da vinda de Jesus. A Bíblia judaica era conhecida em duas formas pelos cristãos antigos: a original em hebraico e a tradução grega conhecida como Septuaginta.

O Novo Testamento é formado pelos Evangelhos, Atos dos Apóstolos, Cartas, e o Apocalipse. Foi inteiramente escrito em grego. Jesus falava aramaico (um idioma semítico), sendo que algumas palavras desse idioma permanecem no Novo Testamento.
A Bíblia Sagrada é o livro mais vendido de todos os tempos e já foi traduzida em mais de 2 000 idiomas.

O primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, foi escrito por volta de 1 445 a.C. e o último livro, o Apocalipse, foi escrito por volta de 90 a 96 d.C. A Bíblia foi escrita por aproximadamente 40 homens, em um período que totalizou cerca de 1 600 anos.

Para os católicos, a Bíblia é composta por 73 livros divididos em 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento. Para os protestantes, a Bíblia tem 66 livros, 39 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento.

O Antigo Testamento possui 39 livros que relatam histórias relacionadas à criação do mundo e todos os acontecimentos que se seguiram até aos anos 445 a.C. No seu último livro (Malaquias), fala sobre a vinda do Messias.

O Novo Testamento possui 27 livros que apresentam a história de Jesus Cristo, englobando acontecimentos durante sua vida e após a sua morte. Os Atos dos Apóstolos narram a história mais antiga da Igreja, enquanto os quatro Evangelhos retratam, de formas diferentes, a vida de Jesus. O Novo Testamento contém também as cartas de São Paulo, entre outras.

No final do Novo Testamento, está o Livro do Apocalipse, que descreve o fim do mundo e a Segunda Vinda de Jesus, onde todos seriam julgados e o governo justo de Deus viria à Terra
CONHECENDO A BÍBLIA SAGRADA DE FORMA MAIS ORDENADA

 Como está dividida a Bíblia Católica Quais livros a compõem?

A Bíblia está dividida em duas grandes partes:
  1. Antigo Testamento: Que são todos os livros escritos a partir do séc. XV a.C. até o nascimento de Cristo. Contém a Lei de Deus dada a Moisés, a história do povo de Israel e suas reflexões, bem como a previsão da vinda do Messias, que se deu com a vinda de Jesus Cristo.
  2. Novo Testamento: Que são todos os livros escritos após a vinda de Jesus até o final do séc. I d.C.. Traz a vida e as obras de Jesus, a criação e a expansão da Igreja, além de documentos de formação do povo cristão.
Essas duas grandes divisões estão, ainda, subdivididas de acordo com o conteúdo dos livros. Temos assim, para o Antigo Testamento:
  1. Livros da Lei: também chamados de Pentateuco, isto é, os "cinco livros" de Moisés, que abrem a Bíblia, e falam da Criação de Deus e da formação de seu Povo Eleito: Israel.
  2. Livros Históricos: são os livros que descrevem as guerras de Israel, bem como a história de seus reinos.
  3. Livros Didáticos: ou sapienciais, apresentam a sabedoria e poesia dos hebreus.
  4. Livros Proféticos: foram escritos por profetas que pregavam o arrependimento e preparavam o povo eleito para a chegada do Messias Salvador.
Enquanto que, para o Novo Testamento, temos:
  1. Livros do Evangelho: narram a vida, os ensinamentos, os milagres e a obras do Messias Jesus Cristo.
  2. Livro Histórico: apresenta a instituição e expansão da Igreja Cristã, primeiro na Palestina e, a seguir, no mundo até então conhecido.
  3. Epístolas: são as doutrinas e exortações escritas por alguns Apóstolos de Cristo e encaminhadas a comunidades ou fiéis cristãos.
  4. Livro Profético: traz a vitória de Cristo e sua Igreja sobre as forças do mal e o juízo final.
Os livros que compõem a Bíblia são 73, sendo 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento. São eles:
  1. Livros da Lei: também chamados de Pentateuco, isto é, os "cinco livros" de Moisés, que abrem a Bíblia, e falam da Criação de Deus e da formação de seu Povo Eleito: Israel.
  2. Livros Históricos: são os livros que descrevem as guerras de Israel, bem como a história de seus reinos.
  3. Livros Didáticos: ou sapienciais, apresentam a sabedoria e poesia dos hebreus.
  4. Livros Proféticos: foram escritos por profetas que pregavam o arrependimento e preparavam o povo eleito para a chegada do Messias Salvador.
enquanto que, para o Novo Testamento, temos:
  1. Livros do Evangelho: narram a vida, os ensinamentos, os milagres e a obras do Messias Jesus Cristo.
  2. Livro Histórico: apresenta a instituição e expansão da Igreja Cristã, primeiro na Palestina e, a seguir, no mundo até então conhecido.
  3. Epístolas: são as doutrinas e exortações escritas por alguns Apóstolos de Cristo e encaminhadas a comunidades ou fiéis cristãos.
  4. Livro Profético: traz a vitória de Cristo e sua Igreja sobre as forças do mal e o juízo final.
  5. .................  ANTIGO TESTAMENTO   ................. .............. .|.............................NOVO TESTAMENTO ....................
Pentateuco
Históricos
Didáticos
Proféticos
Evangelhos
Epístolas
Epístolas
Gênese
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio

Juízes
Rute
I -Samuel
II-Samuel
I-Reis
I-Reis
I-Crônicas
II-Crônicas
Esdras
Neemias
Tobias
Judite
Ester
I-Macabeus
II-Macabeus

Josué
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cântico dos Cânticos
Sabedoria
Eclesiástico
Isaías
Jeremias
Lamentações
Baruc
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Abdias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuc
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias

Evangelho de Mateus
Evangelho de Marcos
Evangelho de Lucas
Evangelho de João

Histórico
Atos dos Apostólos
Epístola aos Romanos
1ª Epístola aos Coríntios
2ª Epístola aos Coríntios
Epístola aos Gálatas
Epístola aos Efésios
Epístola aos Filipenses
Epístola aos Colossenses
1ª Epístola aos Tessalonicenses
2ª Epístola aos Tessalonicenses
1ª Epístola a Timóteo
2ª Epístola a Timóteo
Epístola a Tito
Epístola a
Filemôn
Epístola aos Hebreus
Epístola de Tiago
1ª Epístola de Pedro
2ª Epístola de Pedro
1ª Epístola de João
2ª Epístola de João
3ª Epístola de João
Epístola de Judas
Profé-tico
Apocalipse

Resumo conclusivo:
Bíblia protestante
Capítulos: 1.189
Versículos: 31.102
 Bíblia católica
Capítulos: 1.330
Versículos: 35.527

quarta-feira, 9 de março de 2016

INSTRUÇÕES PARA LECTIO DIVINA


LECTIO DIVINA

Explicação


A leitura orante da Bíblia, ou LECTIO DIVINA, é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir desta oração, conscientes do plano de Deus e sua vontade, podemos produzir os frutos espirituais em nossa vida.

A LECTIO DIVINA é deixar-se envolver pelo plano amoroso e libertador de Deus. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia, em seu período de aridez espiritual, que quando os livros espirituais não lhe diziam mais nada, ela buscava no Evangelho o alimento da sua alma.

Como fazer a LECTIO DIVINA?


A LECTIO DIVINA tradicionalmente é uma oração individual, porém, podemos fazê-la em grupos. O importante é rezar com a Palavra de Deus lembrando o que dizem os bispos católicos no Concílio Vaticano II, relembrando a mais antiga tradição católica, que conhecer a Sagrada Escritura é conhecer o próprio Cristo. Os monges diziam que a LECTIO DIVINA é a escada espiritual dos monges, mas é também a de todo cristão!

Quais os passos da LECTIO DIVINA?


1) Oração inicial: Comece invocando o Espírito Santo, que nos faz conhecer e querer fazer a vontade de Deus. Reze, por exemplo, com a seguinte oração:

«Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. - Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e tudo será criado; e renovareis a face da terra. Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém.»

2) Leitura da Palavra de Deus: Leia, com calma e atenção, um pequeno trecho da Bíblia (aconselhamos que nas primeiras vezes utilize-se os textos dos Evangelhos, por serem mais familiares a todos). Se for preciso, leia o texto quantas vezes forem necessárias.

Procure identificar as coisas importantes deste trecho da Bíblia: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. Você conhece algum outro trecho que seja parecido com este que leu? É importante que você identifique tudo isto com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. É um momento para conhecer e reconhecer a Boa Notícia que este trecho nos traz!

3) Meditar a Palavra de Deus: É o momento de descobrir os valores e as mensagens espirituais da Palavra de Deus: é hora de saborear a Palavra de Deus e não apenas estudá-la. Você, diante de Deus, deve confrontar este trecho com a sua vida. Feche os olhos, isto pode ajudar. É preciso concentrar-se!

4) Rezar a Palavra de Deus: Toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. É um diálogo pessoal! Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai no coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade.

5) Contemplar a Palavra: Desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzirá à contemplação, louvado seja Deus! Se ele lhe dará apenas a tranqüilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você será um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus!

6) Conservar a Palavra de Deus na vida: Leve a Palavra de Deus e o fruto desta oração para a sua vida. Produza os frutos da Palavra de Deus semeada no seu coração, frutos como: paz, sorriso, decisão, caridade, bondade, etc... Não se preocupe se alguma coisa não for bem, um dos frutos da Palavra de Deus é a noção do erro e a conversão pela sua misericórdia. O importante é que a semente da Palavra de Deus produza frutos, se 30, 60 ou 100 por um... o importante é que produza, e que o Povo de Deus possa ser alimentado pelos testemunhos de fé, esperança e amor na vivência de um cristianismo sincero.

Termine com a oração do Pai Nosso, consciente de querer viver a mensagem do Reino de Deus e fazer a sua vontade.

Porta Santa e ano Santo


AS PORTAS SANTAS NO JUBILEU DA MISERICORDIA

JUBILEU E PORTA SANTA O QUE SIGNIFICA?

 

Significado:

O Jubileu ou Ano Santo é uma celebração que ocorre em diferentes igrejas cristãs históricas, particularmente na Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, que comemoram um ano sabático com significados particulares. Tem suas origens no Judaísmo. Já no Cristianismo enquanto encontrou a sua primeira expressão no início do ministério público de Jesus de Nazaré, com o anúncio do ano do cumprimento do Senhor, tal como expressa pelo Livro de Isaías (Isaías 61: 1-2).

Assim o Jubileu é uma comemoração religiosa da Igreja Católica, celebrada dentro de um Ano Santo, mas o que difere deste é que a celebração jubilar é feita de 25 em 25 anos.

A celebração cristã se fundamenta na Bíblia; tanto no Antigo Testamento, de onde temos a tradição judaica como no Novo Testamento.

 

Origem da palavra

A palavra jubileu vem do hebraico, yovel. Refere-se ao carneiro, cujo chifre foi usado para anunciar o ano festivo. Há estudiosos que oferecem mais uma explicação. Supõe-se que yovel vem do verbo hebraico trazer de volta, pois os escravos voltavam a seu estado anterior de liberdade, não sendo mais servos de homens e sim apenas do Criador; e os terrenos também voltavam aos proprietários originais.

Na época do Templo Sagrado isto era exatamente o que acontecia a cada 50 anos. O Yovel caracterizava-se por três obrigações, que recaíam sobre a nação inteira:

a)   Abstenção de qualquer trabalho agrícola, exatamente como em Shemitá;

A origem do jubileu é bíblica, como é possível verificar em Levítico 25:1-17. O ano do júbilo se abre com o toque da trombeta, chamada em hebraico “jobel”, daí o nome jubileu.  A legislação antiga previa a prática da libertação do escravo e a devolução das propriedades a cada sete anos.  A nova legislação declarou santo o quinquagésimo ano onde era proclamada a libertação para todos os moradores do país. Será o ano do júbilo, onde não semearão. Será um ano sagrado e que comerão o que o campo produzir.

        b) Liberdade incondicional para todo escravo hebreu;

Chegou a hora de libertar todos os escravos judeus. Todos os que possuem escravos judeus devem libertá-los e enviá-los à suas casas. “Santificareis o quinquagésimo ano, proclamando na vossa terra a liberdade de todos os que a habitam”. Este ano será para vós Jubileu: cada um de vós voltará à sua propriedade e à sua família. (Lv 25, 10)

O tempo de Jubileu, era um tempo de Paz e Reconciliação, um tempo de festa e perdão. Um tempo de Graça Divina.

 

      c) A devolução de todos os campos aos seus proprietários originais.

Era no décimo dia do sétimo mês (no mês de tisri), no Dia da Expiação, que se tocava a buzina (shoh·fár, ou sho·fár, um chifre curvo de animal), proclamando liberdade em todo o país. Isto significava liberdade para os escravos hebreus, muitos dos quais se haviam vendido por causa de dívidas. Esse livramento normalmente só ocorreria no sétimo ano de servidão (Êx 21:2), mas o jubileu dava liberdade até mesmo àqueles que ainda não haviam servido por seis anos. Todas as propriedades hereditárias de terras que haviam sido vendidas (usualmente por motivo de reveses financeiros) eram devolvidas, e todo homem retornava à sua família e à sua propriedade ancestral. Nenhuma família devia cair na profundeza duma pobreza perpétua. Toda família devia usufruir honra e respeito. Nem mesmo aquele que tivesse desperdiçado seus bens podia perder para sempre a herança para a sua posteridade. Afinal, a terra pertencia realmente a Jeová, e os próprios israelitas, do ponto de vista de Jeová, eram residentes forasteiros e colonos. (Le 25:23, 24) Se a nação guardasse as leis de Deus, então, como ele disse: “Ninguém deve ficar pobre no teu meio.” — Le 25:8-10, 13; De 15:4, 5.

 

Em São Pedro abre-se a Porta Santa

Sua Origem:

A América tinha sido descoberta há oito anos: O Ano Santo de 1500 representa uma passagem não só para um novo século mas também a abertura para um mundo mais vasto. No dia 24 de dezembro de 1499, Alexandre VI inaugurou, solenemente, o Jubileu e usou um novo rito: a abertura da Porta Santa, na Basílica de São Pedro, que a partir desta data passou a exercer a função desempenhada pela porta áurea de São João de Latrão. O Papa quis, além disso, que a abertura das "portas santas" fosse prevista em cada uma das quatro Basílicas Maiores fixadas para a visita jubilar. A partir de então a passagem através da Porta Santa tornou-se um dos acontecimentos mais importantes do Ano Santo. Foi também inaugurada a rua Alexandrina, que ligava o Castelo do Santo Anjo à Basílica de São Pedro.

O tempo de Jubileu, era um tempo de Paz e Reconciliação, um tempo de festa e perdão. Um tempo de Graça Divina.

Como observado anteriormente, o Jubileu dos cristão está enraizado no Jubileu hebraico. Na Igreja Católica, o Ano Santo, ou Ano Jubilar é um momento em que graças espirituais especiais são concedidas (indulgências) os fiéis cumprem determinadas condições, à imitação do jubileu dos filhos de Israel mencionado no Antigo Testamento.

Já na Igreja Católica Romana, o Jubileu é uma celebração que normalmente acontece a cada 25 anos e no qual a indulgência plenária é concedida. O Jubileu na igreja católica pode ser ordinário ou extraordinário. O Ano Santo ordinário, ou o ano do jubileu, é realizado em intervalos predefinidos enquanto o Jubileu extraordinário é proclamado como apenas quando ocorre um fato importante.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Quem Visitou Jesus, Pastores, Reis ou Magos.



 

Historicamente, não é possível determinar a questão. O fato é que a comunidade de Mateus, que tem como intenção manifestar Jesus aos povos (epifania), apresenta os magos estrangeiros visitando e acolhendo o messias na criança de Belém.

A comunidade de Lucas, no entanto, anunciando a boa-nova aos pobres apresenta os pastores como primeiros destinatários da notícia do nascimento do menino na manjedoura da gruta de Belém.

Na seqüencia, vamos fazer uma breve reflexão ou um comentário a cada um dos dois textos.


No primeiro texto, vamos nos dirigir à comunidade de Mateus:  Ao contar a visita dos magos a Jesus Menino, a comunidade não pretendia narrar um relato histórico ou um fato jornalístico. Quiseram significar o encontro de Jesus com os outros povos e culturas. Mateus vivia numa realidade econômica diferenciada tinha acesso aos ricos, aos sábios, aos Homens cultos do lugar, havia sido coletor de impostos um empregado do rei, era rico e sabia muito bem que apresentar Jesus  o Rei dos Judeus nascido numa estribaria e os primeiros visitantes havia sido pastores de ovelhas uma classe pobre e marginalizada, ninguém lhe daria crédito,  se havia sido conhecido e visitado por Magos dava outra conotação, pois magos eram homens sábios.


No segundo texto, a comunidade de Lucas, afirmam que pastores representam gente pobre e discriminada: "Pessoas que vivem marginalizadas de tudo são as primeiras convidadas (2,8). Os pastores reconheceram Deus presente numa
criança (2,20)" não teria sido tão difícil a identificação (empatia) destes com o Messias, só aumentaria nestes a esperança da tão sonhada libertação do domínio Romano.

 

Em Belém: culturas diferentes à busca do mesmo Deus (Mt 2,1-12)
O Livro "Conversando com Mateus".

Encontramos comentários bíblicos como Isaías 60, o salmo 72 e (Nm 24,17 Prefigurando a Luz de Cristo rompendo as trevas e mostrando aquEle que é Caminho, Verdade e Vida).

Soa como um poema o capitulo (Is 60) e, podemos entender que o salmo 72 vêm de uma época na qual Jerusalém estava sendo reconstruí­da. Os recursos eram poucos e, em comparação ao que era antes de ser destruída pelos babilônios, era uma aldeia. O profeta vê o sol nascer sobre a cidade e proclama a promessa de Deus de que, um dia, Jerusalém será luminosa e cheia de glória e os reis das nações a ela acorrerão trazendo presentes. Num contexto de sofrimento e de revalorização da identidade do povo pobre, aquela visão nada tinha de etnocentrismo. Era universalista. Aplicando essa profecia aos magos que vêm homenagear a criança pobre que nasceu em Belém, vocês a tornam mais universal ainda.

Embora não se tenham prova que os magos eram reis e santos ou pastores, como a tradição soube acrescentar, foi contando que eles gostavam das estrelas e vieram de longe, do oriente, atrás de uma estrela e em busca do Rei dos judeus que acabara de nascer neste mundo. Porque o brilho desta estrela indicava o exato local onde se encontrava o Menino? Na cultura judaica na qual a comunidade estava inserida, não deve ter sido fácil para reconhecerem que até a astrologia e a interpretação dos sonhos podem conduzir pessoas como os magos ao Senhor.

Porque chamam os magos de "astrólogos''?, Na região da Síria e da Ásia Menor era praticada a religião do deus Mitra. Era um sincretismo de antigos cultos ao sol. Os fiéis de Mitra contavam que o seu deus nasceu numa caverna na noite de 25 de dezembro. Aliás, por acaso, os sacerdotes de Mitra se chamavam "magos", porque eram homens que lidavam com os astros e com os mistérios da vida.

Será que, ao contar a bela história dos magos que vieram a Belém adorar o menino Jesus, quiseram assumir algo da história de Mitra e transpô-la para o contexto cristão? Hoje, falamos muito de inculturação. Mas ainda há muitos bispos e pastores que têm preconceito contra sincretismo ao ponto de não abrir espaço para o diálogo. Será que, nessa história, a comunidade de ‘Mateus queriam nos ensinar que há um tipo de sincretismo que é válido e compreensível?

A visita do anjo aos pastores - Paz aos Excluídos! (Lc 2,1-20) - por Mesters e Lopes
Livro "O avesso é o lado certo"

1. PARA ENTENDER MELHOR
O motivo que levou José e Maria a viajar para Belém foi o recenseamento decretado pelo imperador de Roma (Lc 2,1-7). Periodicamente, as autoridades romanas decretavam tais recenseamentos nas várias regiões do seu imenso império. Era para recadastrar a população e saber quanto cada pessoa tinha que pagar de imposto. Os ricos pagavam imposto sobre a terra e sobre os bens que possuíam. Os pobres pagavam pelo número de filhos. Às vezes, o imposto total chegava a mais de 50% dos rendimentos da pessoa.

Há uma diferença significativa entre o nascimento de Jesus e o nascimento de João. João nasce em casa, na sua terra, no meio dos parentes e vizinhos e é acolhido por todos (Lc 1,57-58). Jesus nasce desconhecido, fora de sua terra, no meio dos pobres, fora do ambiente da família e da vizinhança. "Não havia lugar para ele na hospedaria". Teve que ser deitado numa manjedoura.

2. QUEM FORAM CONVIDADOS
2.1 Lucas 2,8-9: Os primeiros convidados
Os pastores eram pessoas marginalizadas, pouco apreciadas. Viviam junto com os animais, separados do convívio humano. Por causa do contato permanente com os animais eram considerados impuros. Ninguém jamais os convidava para vir visitar um recém-nascido. É a estes pastores que aparece o anjo do Senhor para transmitir a grande notícia do nascimento de Jesus. Diante da aparição dos anjos, eles ficam com medo.

2.2 Lucas 2,10-12: O primeiro anúncio da boa-nova
A primeira palavra do anjo é: "Não tenham medo!" A segunda é: "Alegria para todo o povo!" A terceira é: "Hoje!" Em seguida, vêm três nomes para identificar quem é Jesus: Salvador, Cristo e Senhor! SALVADOR é aquele que liberta todos de tudo que os amarra! Os governantes daquele tempo gostavam de usar o título de Salvador (Soter). CRISTO significa ungido ou messias. Era um título dado aos reis e aos profetas. Era também o título do futuro libertador. Significa que esse menino recém-nascido veio realizar as esperanças do povo. SENHOR era o nome que se dava ao próprio Deus! São os três maiores títulos que se possa imaginar. A partir deste anúncio do nascimento de Jesus como Salvador, Cristo e Senhor, você imagina alguém da mais alta categoria. E o anjo lhe diz: "Atenção! Tem um sinal! Você vai encontrar um menino deitado num barraco no meio dos pobres!" Você acreditaria? O jeito de Deus é diferente mesmo!

2.3 Lucas 2,13-14: Glória no mundo de cima, Paz no mundo de baixo
Uma multidão de anjos aparece e desce do céu. É o céu desabando sobre a terra. As duas frases do refrão que eles cantam dão o resumo do que Deus quer com o seu projeto. A primeira diz o que acontece no mundo lá de cima: "Glória a Deus nas alturas". A segunda diz o que vai acontecer no mundo cá de baixo: "Paz na terra aos seres humanos por ele amados". Se a gente pudesse experimentar o que significa realmente ser amado por Deus, então tudo mudaria e a paz viria morar na terra. E isto seria a maior glória para Deus que mora nas alturas.

2.4 Lucas 2,15-20: A palavra vai sendo acolhida e encarnada
A Palavra de Deus não é apenas um som que a boca produz. Ela é, sobretudo, um acontecimento! Os pastores dizem, literalmente: "Vamos ver esta palavra que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer!" Em seguida, Lucas diz que "Maria conservava estas palavras (acontecimentos) em seu coração" e as ruminava. São duas maneiras de se perceber e acolher a Palavra de Deus: 1) Os pastores se levantam para ir ver os fatos e verificar neles o sinal que foi dado pelo anjo; 2) Maria conserva os fatos na memória e as confere no coração. Ou seja, ela conhece a Bíblia e tenta entender os fatos novos iluminando-os com a luz da Palavra de Deus.

3. DAS TREVAS A LUZ
Novamente, ao longo da descrição do nascimento de Jesus, Lucas sugere que as profecias se realizaram! Eis algumas delas:
Apareceu a luz das nações, anunciada por Isaías! (Is 9,1; 42,6; 49,6).
Nasceu o menino, prometido pelo mesmo profeta (Is 9,5; 7,14).
O menino que devia nascer para dar alegria ao povo e trazer a salvação de Deus (Is 9,2).
Ele nasceu em Belém. Por isso é o Messias prometido, conf. anunciou Miquéias (Mq 5,1).
Chegou o tempo da paz anunciada por Isaías, em que animais e seres humanos vão se reconciliar e farão desaparecer da terra toda a violência assassina (Is 11,6-9).
O imperador romano pensava ser o dono do mundo. Na realidade, ele não passava de um empregado. Sem saber e sem querer, ele executava os planos de Deus, pois o decreto imperial fez com que Jesus pudesse nascer em Belém e realizar a profecia (Lc 2,1-7).

O que chama a atenção neste texto são os contrastes:
Na escuridão da noite brilho uma luz (2,8-9)
O mundo lá de cima, o céu, parece desabar e envolver nosso mundo cá de baixo (2,13).
A grandeza de Deus se manifesta na fraqueza de uma criança (2,7)
A glória de Deus se faz presente numa manjedoura de animais (2,16)
O medo provocado pela repentina aparição do anjo dá lugar à alegria (2,9-10)
Pessoas que vivem marginalizadas de tudo são as primeiras convidadas (2,8)
Os pastores reconheceram Deus presente numa criança (2,20)